Apple passa Motorola e vira 2º marca mais roubada de celular; Samsung é 1ª – 03/08/2023

O número de ocorrências de roubos e furtos no estado de São Paulo caiu 3% no 1º semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho, foram 178.618 casos contra 182.443 registros nos seis primeiros meses de 2023.

A análise foi feita a pedido de Tilt pela consultoria B4Risk com base nos dados públicos da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O levantamento ajuda a traçar um raio-x de quando ocorre mais roubos e furtos de aparelhos. De um ano para o outro, por exemplo, a ocasião em que os crimes ocorrem continua a mesma: predominantemente perto do fim de semana, à noite e em via pública.

Chama a atenção que, entre primeiros seis meses do ano, março de 2023 foi aquele com maior aumento de ocorrências na comparação ano a ano. Houve um aumento de 14%.

Foi nesse mês, por exemplo, que a Polícia Civil realizou uma operação na rua Guaianases, na região Central de São Paulo, que é considerado um reduto de receptação de celulares na cidade.

Outra mudança nos seis primeiros meses deste ano diz respeito à modalidade de crime:

  • furtos (subtração do celular sem violência) cresceram de 48,65% para 50,98% dos casos;
  • roubos (subtração do celular quando há violência) caíram de 48,06% para 44,27% das ocorrências.

Quando a análise recai sobre as marcas de celular mais furtadas e roubradas, a Samsung continua liderando com 33,48% dos casos — a marca reflete a liderança da empresa no mercado de smartphones.

A surpresa fica por conta da Apple. A marca ocupava a terceira posição no 1º semestre de 2022, e neste ano passou a ser a segunda, com 26,51% dos casos.

Já a Motorola, antiga vice-líder no ranking tanto de ocorrências como de divisão de mercado, está com 22,27%, na terceira posição.

Top 10 em nº de casos (1º semestre de 2023 x 1º semestre de 2023)

  1. Samsung – 33,48% (mesma posição, mas com 34,95%)
  2. Apple – 26,51% (estava em 3º com 22,83%)
  3. Motorola – 22,77% (estava em 2º com 24,79%)
  4. Xiaomi – 8,26% (mesma posição, mas com 7,44%)
  5. Outros – 5,46% (mesma posição, mas com 4,11%)
  6. LG – 2,01% (mesma posição, mas com 3,68%)
  7. Asus – 0,56% (mesma posição, mas com 7,44%)
  8. Positivo – 0,27% (mesma posição, mas com 1,09%)
  9. Multilaser – 0,20% (mesma posição, mas com 0,24%)
  10. Nokia – 0,20% (mesma posição, mas com 0,21%)

Quando as ocorrências mais acontecem?

Houve pouca mudança sobre local, dia e horário das ocorrências entre o 1º semestre de 2023 e o os primeiros seis meses de 2022. De modo geral, os crimes ocorrem à noite, entre quinta e domingo e em locais públicos.

Sobre os dias da semana com mais ocorrência, há uma predominância de crimes com a proximidade do fim de semana — com os picos ocorrendo às sextas e sábados. Seis em dez ocorrências ocorrem entre quinta-feira e domingo.

  • Quinta (15,15%)
  • Sexta (15,47%)
  • Sábado (15,87%)
  • Domingo (14,44%)

Já o local preferido dos criminosos para roubo e furto de celular no estado são as vias públicas, com 72,98% das ocorrências.

Dentre as especificações possíveis presentes nos boletins de ocorrência, ainda são citados:

  • terminal/estação (6,6%),
  • residência (3,63%),
  • comércio e serviços (1,92%).

Quando o assunto é período, a divisão fica assim:

  • noite (34,75%),
  • manhã (24,79%),
  • tarde (23,54%).

Para Guaracy Mingardi, que é membro do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), a questão do horário é complexa, pois depende muito da região e tipo de crime.

“A maioria dos furtos costuma ocorrer da manhã ao cair da noite. Na região do Centro de São Paulo, por exemplo, é comum que haja subtração de telefones de pedestres nestes horários. Fazem isso à luz do dia e se aproveitam da movimentação para se esconder”, explicou.

Já os roubos, segundo Guaracy, tendem a ocorrer entre a noite e a madrugada, quando há menos gente na rua e costuma haver algum tipo de ameaça à vítima.


Por que o celular é tão atrativo?

De acordo com Guaracy, do FBSP, as pessoas não costumam andar com tanto dinheiro. Mas boa parte da população tem celular. E com um desses em mãos, os criminosos conseguem faturar rápido vendendo para receptadores.

No mínimo, paga-se entre R$ 200 e R$ 300 por celular roubado. Posteriormente, o aparelho pode ser hackeado, desmontado para ter as peças usadas em consertos ou simplesmente zerado e enviado para outro país Guaracy Mingardi, membro do FBSP

O grande problema, argumenta, é combater a receptação, feita por quadrilhas profissionais. Para isso, precisaria investir em investigação feita pela polícia civil.

Em locais com muito registro de ocorrências, como o centro de São Paulo, as operações até existem, diz ele. Precisaria, porém, de maior investimento em efetivo e inteligência.

Dicas para se proteger

  • Se precisar fazer uma chamada ou responder uma mensagem, entre em algum estabelecimento comercial ou público; ou aguarde até chegar em casa;
  • Se estiver aguardando carro de aplicativo, espere o veículo chegar para sair do local onde está;
  • Desconfie de movimentações estranhas à sua volta, como pessoas de máscara (ainda mais agora que o uso foi flexibilizado em vários lugares) ou indo de um lado para o outro de bicicleta ou motocicleta.

1) B.O. e bloqueios bancários

É importante fazer o boletim de ocorrência (que pode ser feito online na delegacia eletrônica), informando modelo e marca do celular, o local onde ocorreu o delito e o IMEI (identificação única do telefone) — se você não sabe o que é o IMEI, veja aqui como encontrá-lo.

Na sequência, acione o banco e peça o bloqueio temporário de contas e cartões para impedir transferências, compras, contratação de financiamento, pedidos de empréstimo e saques indesejados.

2) Mude senhas

É essencial trocar as senhas de redes sociais e e-mail, pois é comum que criminosos tentem aplicar golpes de engenharia social. Ou seja, eles se passam por você para pedir dinheiro a seus contatos ou até para oferecendo produtos.

3) Busca e bloqueio do celular

Para encontrar seu dispositivo, entre em icloud.com/find em um navegador e marque o dispositivo como perdido. Ele será bloqueado remotamente com um código de acesso, mantendo suas informações seguras. O desbloqueio só é feito mediante a digitação de uma senha.

É possível também fazer esta operação por meio de um iPhone ou qualquer aparelho móvel com sistema da Apple.

É necessário ter o aplicativo Encontre meu Dispositivo instalado (alguns telefones já vêm com ele, caso o seu não tenha, baixe aqui. Basta acessar de um navegador a página a seguir: https://www.google.com/android/find/ e se logar.

Marque a opção Proteger Dispositivo. É possível ainda escrever uma mensagem personalizada para quando o telefone estiver bloqueado, com telefone de contato para devolução.

Dá ainda também para apagar as informações remotamente na opção “Limpar dispositivo”.

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