Viih Tube, Virginia, Kylie Jenner: chegada de filhos vira renda extra para influenciadoras


Elas aproveitaram a influência nas redes sociais para lançar marcas de produtos infantis. Apesar do grande número de seguidores, especialista explica que nem todos os influenciadores conseguem transformar essas iniciativas em lucros milionários. Marcas criadas pelas mães Vera Sidik, Kylie Jenner, Virginia Fonseca e Viih Tube
Reprodução/ Instagram
O boom dos influenciadores de comportamento, beleza e moda gerou oportunidade comercial: criadores de conteúdo viram uma boa chance para fazer negócios que exploram o potencial de compra de seus seguidores.
E algumas influenciadoras-empreendedoras resolveram envolver os próprios filhos nesse mercado, com vendas de produtos infantis. Muitos deles participam das campanhas de publicidade.
Na lista estão Kylie Jenner, Virginia Fonseca, Viih Tube e Vera Sidika, que chegou a lançar a filha como “Boss Baby” e espera que a pequena fique milionária com a marca em até 3 anos.
“Os filhos também são uma extensão de marca e, diante das mudanças das plataformas de monetização, é natural buscar novos caminhos. A melhor publicidade é aquela que entra no lifestyle real. As crianças já nascem com milhões de seguidores nas suas redes sociais e isso favorece a ter, já de largada, um alcance na marca”, explica João Finamor, professor de marketing digital da ESPM.
Apesar de alguns mini-influenciadores já terem até linhas de produtos com seu nome, eles ainda não podem ser donos exclusivos da marca por conta da idade (veja abaixo o que dizem os especialistas).
E para o especialista Arthur Ridolfo, nem todos os influenciadores conseguem transformar essas iniciativas em lucros milionários imediatos.
“Isso é semelhante às tentativas passadas de artistas e atletas que lançaram suas próprias marcas sem sucesso financeiro. Além disso, há preocupações sobre a integridade das marcas e conflitos com publicidade”, explica o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
🍼 Saiba mais sobre os filhos das influenciadoras e as marcas infantis:
Asia Brown (filha da Vera Sidika)
Lançamento do primeiro negócio de Asia Brown ocorreu em junho de 2022
Reprodução/ Instagram
“Ela será milionária quando tiver 5 anos.” A frase é da empresária e influenciadora queniana Vera Sidika sobre a filha Asia, que completou 2 anos em agosto, mas já é conhecida como “Boss Baby” 👶🏽, por ser dona de uma empresa de produtos de beleza infantis.
A família mora em Nairóbi, no Quênia, e a empresa “Asia Brown Baby Care” foi lançada em junho de 2022 durante uma festa luxuosa de “mesversário” 🎉. A administração do negócio fica por conta dos pais da menina, principalmente da mãe.
O empreendimento, que foi um presente dos pais Vera e o músico Brown Mauzo, vende produtos orgânicos para cabelos e cuidados com a pele para bebês, por meio do WhatsApp e web.
O negócio tem 7 opções de produtos, incluindo xampus, condicionadores e cremes, que são vendidos a partir de R$ 50, conforme anúncio que consta nas redes sociais em 2022.
Durante os primeiros meses de operação, a empresa vendeu mais de 9 mil itens, segundo site do jornal britânico “The Sun”.
“Ela é uma das CEOs mais jovens do mundo, estou muito orgulhosa”, afirmou Vera ao jornal e também projetou um futuro milionário para a criança.
Para alcançar essa cifra, no entanto, os pais vão ter que driblar o mercado já consolidado das grandes marcas de cosméticos, afirma o professor da FGV.
“Para ela ficar milionária, será necessário vender muito ou quem sabe despertar o interesse de investidores para vender a empresa”, avalia Arthur Ridolfo.
Em seu pequeno currículo, Asia também “trabalha” como modelo da própria marca. Já a mãe Vera é modelo plus size, estrela de um reality show, dona da empresa internacional Veetox e tem mais 2,5 mil seguidores no Instagram.
Stormi (filha da Kylie Jenner)
Kylie Jenner e a marca infantil ‘Kylie Baby’
Reprodução/ Instagram
Em setembro de 2021, Kylie Jenner, dona de um império bilionário do mundo dos cosméticos e que reúne mais de 398 milhões de seguidores no Instagram, registrou a patente da marca “Kylie Baby”.
A linha tem produtos de banho, hidratação, toalhas e acessórios de bebês que custam a partir de R$ 85.
“Eu estou tão animada para apresentar a Kylie Baby para vocês. Desde quando eu virei mãe, se tornou um sonho desenvolver produtos de cuidados para os bebês que fossem limpos, seguros, eficazes e conscientes. Eu sei que todos vocês querem o melhor para seus filhos, por isso, essa linha é completamente vegana e hipoalergênica“, escreveu a empresária.
Em fotos de divulgação dos produtos, a empresária clã Kardashian aparece com a filha Stormi Webster, que tem 422 mil seguidores, e o filho Aire Webster. No lançamento, ela estava grávida do segundo filho.
Maria Alice e Maria Flor (filhas da Virginia Fonseca)
Virginia lançou em outubro de 2022 a “Maria’s Baby”
Reprodução/ Instagram
No Brasil, a influenciadora Virginia Fonseca lançou em outubro de 2022 a “Maria’s Baby”, um dia após o nascimento da sua segunda filha.
A marca vende cerca de 10 produtos, das linhas Maria Alice e Maria Flor. Nos kits estão itens de banho, hidratação, bichinhos de pelúcia e acessórios. Os produtos são vendidos a partir de R$ 34,90 até R$ 349.
Na época, ela disse que tinha planejado desde o início do ano o desenvolvimento da marca.
“Parece que tudo que fazemos para nossos filhos têm um peso muito maior, e essa marca é delas e para elas!! Lógico, com minha administração até elas conseguirem e quiserem tomar conta de tudo sozinhas!!”, escreveu nas redes sociais.
Por enquanto, a marca é administrada pelos pais, e não consta o nome das filhas como sócias.
Lua (filha da Viih Tube)
Recentemente, a influenciadora digital e ex-BBB Viih Tube revelou como tem administrado o dinheiro de sua filha de 7 meses. Ela disse que Lua já faturou R$ 1 milhão com publicidades (veja o vídeo abaixo).
Viih Tube diz que a filha Lua já faturou R$ 1 milhão com publicidades
Segundo a artista, o dinheiro da bebê, que é filha da influencer com o também ex-BBB Eliezer, está sendo guardado em uma conta bancária em nome da própria criança.
Além de brilhar em campanhas publicitárias, a bebê é garota-propaganda da marca de roupas infantis “Baby Tube”, empresa de Viih Tube criada em maio deste ano, no Dia da Mães. Os produtos vendidos pela internet custam a partir de R$ 79,90.
Atualmente, Viih acumula mais de 30 milhões de seguidores no Instagram. Já o perfil da Pequena Lua tem 2 milhões.
Apesar do sucesso nas redes sociais, a pequena também tem sofrido ataques na internet. Viih Tube e Eliezer contaram, em entrevista ao Fantástico, que chegaram a pensar em parar de postar fotos da menina após a onda de xingamentos.
As quatro maneiras de ganhar dinheiro no TikTok
➡️ O que diz a lei no Brasil sobre os pequenos ‘CEOs’
Segundo a legislação brasileira, não há impeditivo legal para que uma criança, até mesmo um bebê recém-nascido, seja sócio de uma empresa.
No entanto, a expressão “CEO Baby” ou “bebê chefe” deve ser compreendida dentro de um contexto lúdico, muito mais associado à marca do que à efetiva participação nas decisões da empresa, explica Rachel Ferraz, Advogada de Família, sócia de Ferraz & Alonso Advogados.
O artigo 1.693 do Código Civil determina que a administração dos bens dos filhos menores de 18 anos é de responsabilidade dos pais da criança.
“Até os 16 anos de idade, esses pequenos sócios deverão ser representados por seus pais ou representantes legais (portanto, não terão qualquer poder de administração) e, dos 16 aos 18 anos, deverão ser assistidos (ou seja, assinarão junto, mas não decidirão nada sozinhos)”, explica.
Apesar disso, os pequenos “CEOs” terão todos os direitos de um sócio, exceto o direito ao pró-labore (“salário”).
“Já que não exercerá nenhuma atividade laboral que a justifique, mas terá direito à distribuição de lucros, competindo aos pais a administração destes valores, até que os mesmos completem a maioridade ou sejam emancipados”, afirma.
A advogada recomenda para as mães que estão construindo um negócio em nome dos filhos ou junto com eles, agir dentro da legalidade e garantir que a gestão do patrimônio dos pequenos esteja sendo feita no melhor interesse deles.
“Quando chegar à maioridade, eles se tornarão, de fato e de direito, titulares de suas cotas sociais e do patrimônio acumulado ao longo dos anos, sendo plenamente possível que, à essa altura, já possam até aposentar, sem que nunca tenham, de fato, trabalhado em todo esse tempo”, completa.
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